My name is Magnum, Thomas Magnum
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My name is Magnum, Thomas Magnum

 

 

A geração dos anos 80 possivelmente nunca esqueceu esse nome: “Magnum, p.i.”. Existem muitas séries na TV americana, mas poucas deixam saudades e até mesmo lembranças de uma época. Esta é um desses casos.

 

Dificilmente as pessoas que acompanhavam os episódios deixariam de visualizar um Tom Selleck mais jovem, vestido com multicoloridas camisas havaianas. Afinal, era o Havaí, sol, mar e um detetive: Magnum, Thomas Magnum. Mas a série foi bem mais do que essa combinação.

 

Como tudo começou? Surgiu quando a CBS decidiu desenvolver um projeto para aproveitar os equipamentos de outra série, Havaí 5-0, sucesso dos anos 60 e 70. O primeiro nome lembrado como protagonista foi Robert Conrad,  estrela de “James West”. Felizmente para todos ele recusou, abrindo caminho para Tom Selleck, então mais conhecido por comerciais e propagandas na televisão. Seria impossível imaginar Conrad  sem as pistolas de West e o infalível companheiro Artemius Gordon.

 

Magnum, P.I. era repleto de contradições, como a própria vida. Na classificação padronizada e certinha se tratava de uma série de ação, no entanto sem abdicar de tramas inteligentes e bem-humoradas. Cenário paradisíaco (praias havaianas), exaltando o hedonismo e carisma do personagem principal, apaixonado por belas mulheres, roupas floreadas, cerveja e vôlei. Em contrapartida, ressaltava também as cicatrizes físicas e morais que a violência havia deixado em Thomas Sullivan Magnum, ex-oficial  da inteligência norte-americana, desligado da Marinha dos EUA para tornar-se investigador particular. Ou seja, múltiplas faces em cada semana fizeram a fidelidade de um público que não desejava polaridades fáceis entre bem e mal, mocinhos e bandidos..

 

O seriado era centrado principalmente em seu astro (Magnum) e nos seus três amigos (outros dois veteranos do Vietnã ): TC (Roger E. Mosley), transmutado em  piloto de helicóptero e Rick (Larry Manetti), gerente do Clube Kamehameha, além de um ex-oficial do Exército Britânico, Higgins (John Hillerman), responsável pela administração da mansão onde Magnum morava. Tudo absolutamente pago pelo misterioso Robin Masters, um escritor que nunca aparecia nas cenas.

 


 

A longa trajetória da série desenhou o perfil do investigador, que foi se transformando no decorrer das temporadas. Como um retrato dos EUA dos anos Nixon/Carter/Reagan, Magnum acompanhou as reflexões sobre o Vietnã, Watergate e o final da Guerra Fria. Conforme o tempo passava, o clamor popular exigia uma série cada vez mais sombria, deixando de lado o humor presente em seu início. Reflexo daqueles anos de dúvidas políticas, econômicas e existenciais? É possível.

 

Magnum foi ficando mais e mais sério, menos piadista, levando rapidamente ao ápice da trama: Thomas baleado e morto no fim da sétima temporada. Os produtores, sentindo que o filão ainda podia ser explorado, deram uma explicação para seu “renascimento”: ele teria sonhado a morte, provocado por suas lembranças do Vietnã.

 

Para contrabalançar essa reviravolta criou-se um “duelo” entre Magnum e Higgins. Magnum tinha certeza absoluta de que Higgins era, na verdade, seu misterioso patrocinador: o escritor Robin Masters. Higgins, talvez divertindo-se com essa história, confirmava e logo após negava veementemente ser Masters. Fato nunca esclarecido pelos autores da série, mais de vinte anos após seu final. A brincadeira foi idealizada porque o ator Orson Welles havia morrido pouco tempo antes e os produtores da série não quiseram ter gastos extras, contratando outro ator para o papel de Robin Masters. No episódio final, durante os preparativos para o casamento de Rick (Larry Manetti), Magnum encontra-se com Higgins, que finalmente confirma ser Robin Masters. Mais tarde, já no casamento, Higgins se diverte: “Magnum, lembra-se do que falei sobre Robin Masters? Pois é, eu menti!

 

Desde o final da série, em 1988, o produtor Donald Belisario não confirmou a identidade de Masters, deixando para os telespectadores caçar pistas nos episódios das oito temporadas e fazer seu próprio julgamento.

 

Importante terminar dizendo que, além dos enredos muito bem “costurados”, grande parte do sucesso foi devido a Tom Selleck, totalmente incorporado na pele do “private investigator”. Muito antes do Richard de Friends, ele já sabia conquistar garotas.

 

Vale ressaltar que você pode adquirir as três primeiras temporadas do seriado aqui.

 

 

Matéria escrita pela colaboradora Angela Pieruccini

 

 

 

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Postado em: Old School



Sobre o Autor

Miguel (@miguepb) nasceu e reside no Rio Grande do Sul, e está iniciando o curso de jornalismo. Ama o seu time de coração — Sport Club Internacional –, é fã de carteirinha de muitas séries, mas atualmente não consegue tirar Fringe da cabeça!

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