Review ”Dexter” 5.01 – My Bad
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Review ”Dexter” 5.01 – My Bad

 

 

 

Primeiro tenho que comentar o quanto essa série faz falta, e como é bom tê-la de volta. Este episódio de “Dexter” foi estritamente sobre sua humanidade, aquela que nem ele acredita ter. É óbvio que ele não sabe como lidar como esse tipo de sentimento, não sabe expressar o que está sentindo, não sabe como agir, não sabe o que dizer. Mas, podemos dizer que não há humanidade nele?

 

 

Desde o início, nós vimos a maneira estranha como ele lidou com a situação, mas até que ponto foi estranha? Talvez para uma pessoa normal. Mas não podemos dizer que foi uma reação fria, ausente de sentimento, de dor, de pesar, de culpa. E a culpa é o pior para ele, e talvez é a grande prova de que ele é mais humano do que pensa. Um monstro, que é o que ele pensa ser, não sente culpa, de nenhuma espécie, mas ele sim.

 

 

No início do episódio, quando ele está no jardim, ajoelhado, segurando o pequeno Harrison e Deb e a polícia chegam, a única coisa que ele diz é: “Rita está lá dentro. Fui eu”. Logo depois, Deb pergunta a ele porque ele disse aquilo, e ele sequer lembrava de ter dito algo. Isso porque ele estava em choque. Outra reação que não se aplica a um monstro.

 

 

Cada um tem a sua maneira de lidar com a perda, com a dor, com o luto. Até a mais normal das pessoas, pode ter a mais estranha das reações. E será que a dele foi tão estranha sim? É preciso chorar para demonstrar sofrimento? E durante todo o tempo, ele sentiu tanta culpa que acho que não conseguia pensar em outras coisas. Culpa por tê-la conhecido, por ter entrado em sua vida, pr ter casado, por se envolver com seus filhos, e principalmente por não ter detido Trinity quando pôde.

 

 

O momento mais difícil foi quando ele conta á Astor e Cody o que aconteceu com sua mãe, usando uma orelha do Mickey. Pelo fato de não saber como deve reagir, como a etiqueta social exige que ele se comporte nesses momentos, ele contou de uma maneira que é natural para ele, mas incômoda para os outros. Isso por não ter aprendido como agir nessas ocasiões. Ele ainda diz para as crianças: “Lamento pela sua perda”, que foi a reação que o homem da funerária teve com ele, e o fez se sentir bem. Então, ele achou que essas, de certa forma, seriam as palavras certas.


 

A prova maior aconteceu na quarta temporada. Não sei se vocês lembram, mas quando ele fica sabendo que o vizinho beijou Rita, ele não teve uma reação típica de um homem apaixonado. Mas ele pensou: O que eu deveria fazer? Ele percebeu que há uma reação que se espera de alguém nessa situação, então ele foi a casa do homem e lhe deu um soco. Isso não foi por ciúmes, foi um modo de tentar mostrar que ele é normal… E é óbvio que isso ele não é.

 

 

Em determinado momento, se sentindo culpado, ele resolve que é melhor fugir, sair da vida das pessoas pra não fazê-las sofrer mais. É quando ele encontra o idiota no banheiro e o mata. Apesar de o cara ser um grande troglodita imbecil, Dexter não sabia nada sobre ele, ou seja, ele fugiu à sua regrar de matar apenas assassinos. Mas aquilo foi, na verdade, um desabafo, uma explosão de quem tinha algo preso dentro de si… A dor que não conseguia expressar. E nesse momento ele volta a ver Harry.

 

 

Harry sempre foi aquele a lhe dizer que ele não era humano, que não deveria ter uma família, que sua família estaria melhor sem ele. Mas ele muda quando vê Dexter ter uma reação humana. Ele diz: “Essa é a primeira reação humana que eu o vejo ter desde que ela morreu. Está tudo bem mostrar o que está sentindo.” É quando Dexter desaba de vez e grita, numa espécie de choro sufocado, Harry diz: “Eles não estão bem sem você. Você não está bem sem eles. Você precisa voltar.” E ele volta!

 

 

Em relação aos outros acontecimentos do episódio, diante de toda a contradição que acontecia com Dexter, pareceram meio insignificantes. Quinn continua sendo um dos personagens mais chatos da série desde seu início. E ele está estranho, não sei se repararam, extremante magro. E achei meio sem lógica ele e Deb transarem naquele momento. Tudo bem que ela tava meio sobrecarregada, e sem saber o que fazer, mas achei um pouco forçado. Até mesmo porque os dois não tem nada a ver.

 

 

Batista e LaGuerta estão casados, e como vimos, são os únicos, que em momento de necessidade, podem livrar Dexter de ser suspeito da morte de Rita. Isso porque, ele foi a testemunha do casamento, que aconteceu no momento em que ela estava sendo morta. Os flashbacks foram ótimos, mostrando como se conheceram e aceitaram um ao outro. Eles combinavam desde o início, se completavam. Ela com certeza fez surgir seu lado humano, enquanto ele deu a ela uma família, amando seus filhos como se fossem dele.

 

 

O Darkpassenger ainda está dentrodele, e faz parte de sua vida, mas não é o que o guia. Ele precisa desabafar sua raiva, ele precisa se manter firme ao código, ele precisa de seus momentos de solidão, ele precisa matar, mas, no fundo, ele é sim um homem de família, que ama e que sofre. As suas reações humanas serão cada vez mais intensificadas, devido às suas relações, à Rita, à Deb, aos filhos, aos amigos.

 

 

 

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Postado em: Dexter



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