O Senhor dos Anéis – A Sociedade do Anel (2001)
Publicado por: Miguel Pieruccini em 13/02/2010 às 3:41 | nenhum comentário
“A Sociedade do Anel” é considerado por muitos, e inclusive por mim, o filme mais fraco da triologia “O Senhor dos Anéis”, entretanto é uma verdadeira obra prima. Ele conseguiu dar vida à primeira parte da saga de forma brilhante, sem esquecer dos detalhes essenciais, mas deixando de fora a parte pesada e extremamente detalhista da escrita de Tolkien. As formas dos personagens, incluindo os pés, orelhas e tamanhos dos hobbits, elfos, anões e todos os tipos de criaturas foram feitas extremamente bem. Sem falar em todas as paisagens do mundo criado pelo autor, filmadas de forma espetacular na Nova Zelândia. Além disso, os orcs ganharam vida de forma perfeita, deixando qualquer espectador assustado com a sua aparência realista. Se Tolkien estivesse vivo, certamente diria que os personagens e o ambiente não poderiam ser feitos de melhor maneira.
Entrando na parte da história, o filme também consegue retratar tudo que está no livro, deixando de lado apenas as partes e detalhes menos importantes, afinal pode-se dizer que Tolkien é realmente muito descritivo, ainda mais levando-se em conta que ele demorou doze anos para escrever a obra. Enfim, Frodo, Sam, Merry, Pippin, Gandalf, Aragorn, Boromir, Legolas e Gimli partem de Valfenda para destuir o Um Anel nas Montanhas da Perdição, antes que Sauron o recupere e volte a dominar a Terra-Média.
Ao longo da obra, vamos nos afeiçoando a certos personagens, como Samwise Gangi, que viria a se tornar um dos mais importantes nos filmes seguintes. Também vamos percebendo a relação de alguns personagens sendo construídas, como a amizade de Legolas e Gimli, que acabam quebrando alguns paradigmas da relação entre elfos e anões que duravam por séculos.
Duas coisas que também devem ser comentadas são o resumo da história anterior ao que acontece no filme e a atração que o anel causa principalmente nos homens. Peter Jackson conseguiu resumir em alguns minutos, usando a voz da personagem Galadriel para a narração, tudo o que aconteceu antes do anel acabar parando nas mãos de Frodo. A verdade é que nenhum espectador pode reclamar de não ter entendido como Isildur tirou o anel da mão de Sauron, como ele chegou a Gollum e depois para Bilbo. Quanto ao desejo que o anel causa nas pessoas, podemos perceber o quanto os homens precisam lutar para não tomá-lo do hobbit. Enquanto nas páginas do livro isso não fica tão nítido, as expressões de Boromir, e até de Aragorn em certas partes, tornam mais fácil perceber o quanto o anel deseja chegar às mãos dos homens, criaturas que acabam cedendo ao desejo de poder mais facilmente, para consequentemente voltar ao seu senhor.
A única parte da história que acabou ficando a desejar foi o fato da espada do pai de Isildur, que arrancou o anel da mão de Sauron, ter sido reforjada para Aragorn apenas no terceiro filme, quando na verdade isso acontece durante o primeiro, antes da sociedade deixar a cidade dos elfos. Porém vale dizer que é um pequeno erro diante de diversos acertos.
Como falado anteriormente, os dois filmes seguintes foram os melhores da triologia, porém o caminho para que isso acontecesse foi aberto por “A Sociedade do Anel”, sem deixar temas importantes para trás, sem deixar que o público ficasse confuso com nada, coisa que Tolkien foi mestre em fazer, afinal o único que realmente pôde dizer que compreendeu totalmente o mundo de “O Senhor dos Anéis” foi o próprio Tolkien.
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Postado em: Comentando Cinema
